2 de novembro de 2008

[Teoria das Aberturas] Escolas de Pensamento do Xadrez

Existem várias formas de pensar o xadrez, ou seja, durante a história do xadrez, existiram vários pensadores que a cada tempo priorizam algumas idéias inovadoras em relação a outras. Podemos elencar algumas delas a seguir:

Escola Arcaica – Caracterizada pela pobreza de idéias, o xadrez passa a ser sistematizado, é a época de Ruy López, criador da abertura espanhola (séc. XV). Principal observação desse estilo, é que protege-se rapidamente o rei no roque.

Escola Clássica - (também conhecida como Escola Ortodoxa ou Moderna) é uma escola de pensamento enxadrístico que acredita ser mais importante vantagens "estáticas", tais como: controle do centro por peões, não permitir o surgimento de fraquezas na estrutura de peões, a obtenção de postos avançados para os cavalos, impedir a criação do "bispo mau", em detrimento do "bispo bom", em posições fechadas de peões, dentre outros. Valorização dos peões e têm por base a cilada. O Francês Philidor (1747) é o seu pioneiro.

Escola Romântica - É uma escola de pensamento enxadrístico que preconiza o uso constante de ataques, combinações e sacrifícios, com uma clara preocupação estética (beleza) em relação ao estilo de jogo dos enxadristas. Inicia em 1820, com Evans e Adolf Anderssen seu maior expoente.

Escola do Desenvolvimento – Com o americano Paul Morphy (1857), dá um passo maior para seu aperfeiçoamento. O rápido e eficaz desenvolvimento de forças no jogo com colunas e diagonais abertas deve se impor. É a luta do Tempo e Espaço contra Material, sem dúvida a potência interna brinda cada posição.

Escola Moderna Posicional – Steinitz introduz o jogo de trincheiras. Ele foi capaz de reunir as teorias de Xadrez que deram base a escola moderna. O Rei deixa de ser o primeiro objetivo para converte-se no último.

Escola Moderna Científica – Tarrasch, Discípulo e continuador das teorias Steinitz. Estabelece no jogo de posição uma característica científica. Acumulação de pequenas vantagens, para conseguir uma lenta porém segura vitória.

Escola Moderna Psicológica – Paralelamente a Tarrasch, outro propulsor da Escola Posicionista Emanuel Lasker, implantou um jogo do tipo psicológico baseado no estudo do adversário para realizar dentro do jogo de posição, não a jogada melhor, senão aquela jogada ocasional que mais possa incomodar o oponente, com o que conseguiu magníficas vitórias.

Escola da Combatividade – Foi Pillsbury (1895) quem impôs o ataque em qualquer posição e a qualquer preço. Depois lhe seguiram Marshall, Spielman, etc. As Partidas desta escola são de violência extrema e a possibilidade de vitória estão sempre “no telhado”.

Escola Defensiva – O Grande Mestre húngaro Maroczy (1902) implantou a defesa como arma de combate. Quando a defesa é verdadeiramente eficaz. Não existe ataque que possa rompê-la. Com esta máxima conseguiu muitos triunfos e muitos empates. Entretanto, não teve muitos adeptos, pelo que se pode afirmar que a arte defensiva foi única em Maroczy.

Escola da Simplificação – O Grande Mestre Cubano Capablanca (1911). Foi único neste jogo simples, porém genial. Sua política consistia em provocar trocas de peões ou peças vantajosas, dentro de um jogo diáfano e lógico.

Escola Neo-Romântica – A Combinação e o ataque conjugados com o jogo de posição deu lugar a esta nova escola cujo cume foi marcado pelo Grande Mestre Russo Alexandre Alekhine. Por regra geral, a combinação não tem por finalidade a produção do mate, senão o ganho material ou a vantagem posicional, e os ataques de dirigem contra pontos débeis do adversário.

Escola Hipermoderna – As teorias de Breyer (1920) seguidas por Réti e Ninzowitch, puseram sobre o tabuleiro um jogo de Bloqueio caracterizado pelo domínio do Centro sem ocupação, ação indireta, jogo cerrado com manobras internas, bispos atuando desde os flancos (Bispo na casa g2 por exemplo) e cadeias de peões sobre tensão.

Escola Positivista– Em 1930, Kashdan surpreende com seu jogo sólido e eficaz em que não se arrisca nunca nada. A Escola Posicional chega ao cume em sua inexpugnabilidade, mas criando jogo, destruindo o do adversário.

Escola Eclética – Com a presença dos mestres da antiga União Soviética, capitaneados por Botvinnik nos torneios europeus, depois da segunda guerra mundial. Aprecia-se nas partidas uma nova concepção de jogo, que recompila os melhores ensinamentos de todas as escolas. No Ecletismo, que no Xadrez se explica da mesma forma que nas demais matérias . Todas as idéias práticas das diferentes épocas e de distintos estilos se unem em conjunto heterogêneo , porém harmônico, para abri novos horizontes a Teoria e prol do Jogo.
Fonte: “Vademecum de Ajedrez” de Júlio Ganzo –Editora Ricardo Aguilera

Nenhum comentário: